sexta-feira, 23 de julho de 2010

Ghost Filmmaking

Foi ao ver a primeira metade de The Ister, documentário de David Barison e Daniel Ross, que se baseia na famosa conferência de Heidegger sobre parte dos Hymns de Hölderlin, que me lembrei outra vez de Polansky e do facto de eu ser provavelmente o único ser com sistema nervoso central e polegar oponível que não venerou The Ghost Writer.

Enquanto seguimos a travessia até às origens do Danúbio, Stiegler fala da técnica, o fogo que Prometeu deu aos homens.

Ora:

a) se a técnica é, como diz Stiegler (não sou eu), suporte de memória do ser humano, a capacidade de construir as suas próteses/objectos e com eles passar a experiência de geração em geração, então:

b) o cinema será, por definição, a memória de uma memória.

Se o cinema é memória de uma memória, The Ghost Writer no seu pseudo - ambiente claustrofóbico, sofisticada solidão e no previsível e odioso saudosismo do seu último plano, não será mais do que isto:

c) a memória de uma memória de uma memória.


Polansky está livre e isso faz mais pelo seu cinema do que uma rememoração ao cubo do que foi, é, ser um bom cineasta.

E é por isto que não gosto de The Ghost Writer.

1 comentário:

  1. sabes eu acredito, o actor escolhido (na foto) ja é para mim - ---
    acho que n iria ver .

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