Foi ao ver a primeira metade de The Ister, documentário de David Barison e Daniel Ross, que se baseia na famosa conferência de Heidegger sobre parte dos Hymns de Hölderlin, que me lembrei outra vez de Polansky e do facto de eu ser provavelmente o único ser com sistema nervoso central e polegar oponível que não venerou The Ghost Writer. Enquanto seguimos a travessia até às origens do Danúbio, Stiegler fala da técnica, o fogo que Prometeu deu aos homens.
Ora:
a) se a técnica é, como diz Stiegler (não sou eu), suporte de memória do ser humano, a capacidade de construir as suas próteses/objectos e com eles passar a experiência de geração em geração, então:
b) o cinema será, por definição, a memória de uma memória.
Se o cinema é memória de uma memória, The Ghost Writer no seu pseudo - ambiente claustrofóbico, sofisticada solidão e no previsível e odioso saudosismo do seu último plano, não será mais do que isto:
c) a memória de uma memória de uma memória.
Polansky está livre e isso faz mais pelo seu cinema do que uma rememoração ao cubo do que foi, é, ser um bom cineasta.
E é por isto que não gosto de The Ghost Writer.
sabes eu acredito, o actor escolhido (na foto) ja é para mim - ---
ResponderEliminaracho que n iria ver .