sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Trespass- Joel Schumacher


TRESPASS, escrito por Karl Gajdusek, argumentista da série televisiva DEAD LIKE ME, tem realmente muito poucos motivos de interesse. Um deles é triste: o filme realizado por Joel Schumacher bateu o recorde da mais rápida passagem de exibição em sala, 10 dias apenas, ao mercado de DVD. No filme, Nicholas Cage e a resistente-aos-anos Nicole Kidman, são o casal chocho, ele negociante de diamantes, ela arquitecta remetida a dona-de-casa, ou antes dona-de-mansão, pois é numa dessas fortalezas à americana que vivem. Nem um sistema «xpto» de segurança impede que um bando de assaltantes aí os retenha (e nos retenha) hora e meia de filme, a hora e meia do assalto à dita casa. Sem nunca atingir a tensão motivada pela concentração espacial que um filme como PANIC ROOM de David Fincher continha, ou mesmo trabalhar convenientemente a ideia do cerco, que já vem do western ou das suas actualizações, como em ASSAULT ON PRECINT 13 de John Carpenter, TRESPASS prefere em vez disso recriar pela enésima vez a ideia da tortura macaca vinda de FUNNY GAMES de Michael Haneke, de Peckinpah (STRAW DOGS) e juntar-lhe uns pozinhos de ligeiro mind fucking intelectual. O filme vale então sobretudo pela gracinha de incorporar no seu argumento problemas relativos à crise, à falta de liquidez mundial e à excessiva dependência da banca. E deixa-nos a pensar que a confortável democracia americana, tão avessa ao trespassing da propriedade privada, nunca foi tanto uma questão de centímetros. Afinal de contas parece muita coisa mas espremido pouco se aproveita. Quanto a Schumacher há já quase uma década que caiu em desgraça…

TRESPASS, estreia dia 8 de Dezembro nas salas nacionais.

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