TRESPASS, escrito por Karl Gajdusek, argumentista
da série televisiva DEAD LIKE ME,
tem realmente muito poucos motivos de interesse. Um deles é triste: o filme realizado
por Joel Schumacher bateu o recorde da mais rápida passagem de exibição em sala,
10 dias apenas, ao mercado de DVD. No filme, Nicholas Cage e a resistente-aos-anos
Nicole Kidman, são o casal chocho, ele negociante de diamantes, ela arquitecta
remetida a dona-de-casa, ou antes dona-de-mansão, pois é numa dessas fortalezas
à americana que vivem. Nem um sistema «xpto» de segurança impede que um bando
de assaltantes aí os retenha (e nos retenha) hora e meia de filme, a hora e
meia do assalto à dita casa. Sem nunca atingir a tensão motivada pela
concentração espacial que um filme como PANIC
ROOM de David Fincher continha, ou mesmo trabalhar convenientemente a ideia
do cerco, que já vem do western ou das
suas actualizações, como em ASSAULT ON
PRECINT 13 de John Carpenter, TRESPASS
prefere em vez disso recriar pela enésima vez a ideia da tortura macaca
vinda de FUNNY GAMES de Michael Haneke,
de Peckinpah (STRAW DOGS) e
juntar-lhe uns pozinhos de ligeiro mind
fucking intelectual. O filme vale então sobretudo pela gracinha de
incorporar no seu argumento problemas relativos à crise, à falta de liquidez mundial
e à excessiva dependência da banca. E deixa-nos a pensar que a confortável
democracia americana, tão avessa ao trespassing
da propriedade privada, nunca foi tanto uma questão de centímetros. Afinal de
contas parece muita coisa mas espremido pouco se aproveita. Quanto a Schumacher
há já quase uma década que caiu em desgraça…
TRESPASS, estreia dia 8 de Dezembro nas salas nacionais.
A inconfundível marca de qualidade Schumacher-Cage.
ResponderEliminar«Schumacher-Cage» parece uma marca de um queijo raro. hahah
ResponderEliminarehhehehehehehehe
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