sábado, 2 de outubro de 2010

Vírus, demónios de máscara e encontros sexuais com estranhos. Bem - vindos ao MOTELx

O quarto dia do MOTELx promete ser longo para os fãs do cinema fantástico e terror. Quem não apanhou ainda Amer, a homenagem giallo que está a fazer sensação este ano entre os festivais especializados, é aproveitar, com a repetição na sala 3, às 15:00.

Às 16:30, na sala 1, mais um filme da secção Japão retro. Onibaba (1964), o mais famoso filme de Kaneto Shindô, narra a história de uma mãe e de uma esposa que vivem num pântano após a partida para a guerra de um soldado, seu filho e marido. Perante a desconfiança que a nora está a trair o seu filho ausente, a mãe decide usar uma máscara. Com forte sentido alegórico sobre o período feudal e bélico japonês e a reacção das famílias às partidas inesperadas, Onibaba permanece como fábula visionária e um dos mais interessantes exemplares do cinema de terror de sempre. Sem dúvida um ponto alto do festival.

Às 19:00, sala 1, é a vez do mais recente filme do britânico Simon Rumley, Red White & Blue. Com Noah Taylor (The Preposition; Charlie and the Chocolate Factory) e Amanda Fuller (CSI; Bones) nos papéis principais, esta é a história de Erica, uma mulher que percorre os bares de Austin à noite à procura de parceiros ocasionais. Envolve-se com um vizinho mais velho, Nate, veterano na guerra do Iraque, que quer algo mais do que apenas sexo. Quando uma velha paixão entra na vida de Erica, as coisas, claro, correm mal. As expectativas para Red White & Blue são grandes depois de termos visto aqui no MOTELx, em 2007, o intenso The Living and the Dead.

Quase à mesma hora, 19:15, na sala 2, haverá um painel de discussão sobre o terror britânico. Depois de filmes como The Descent (2005) de Neil Marshall ou Eden Lake (2008) de James Watkins, teve início uma lenta invasão e crescente interesse do cinema britânico sobre o género de terror. Este debate que versará sobre as razões do fenómeno, que temas são explorados, que características tem o horror inglês, contará com Neil Marshall, Gerard Johnson (Tony, 2009), também acompanhado de Peter Ferdinando, o actor principal, Christopher Smith (Triangle, 2009), Johannes Roberts (F, 2010) e Paul Andrew Williams (Cherry Tree Lane, 2010). A entrada é livre.

Neil Marshall apresentará de seguida, 21:45, sala 1, a sua mais recente longa-metragem Centurion. O britânico que espantou o mundo com Dog Soldiers e logo a seguir The Descent, “o filme da gruta” como lhe chamam, deu-se mal com as parcerias norte-americanas. O seu penúltimo filme, Doomsday, passou despercebido entre público e circuitos comerciais. Agora, Neil investe no filme histórico, com laivos claros de violência requintada, com Centurion. Além de Marshall, estará presente Axelle Carolyn , sua mulher e actriz do filme.

Alternativamente, na sala 3 passa às 22:00 um filme que nos suscita grande curiosidade. Primal é a estreia na realização de Josh Reed, filho de Colin Eggleston (Long Weekend) e tem sido apelidado como digno sucessor dos clássicos de ozploitation australiana. Numa viagem de campismo a uma floresta australiana, uma das raparigas é contaminada por um estranho vírus, revertendo a um estado predatório e animalesco. Começa então a luta pela sobrevivência.

Nota ainda para The Life and Death of a Porno Gang do sérvio Mladen Djordjevic que tem causado sensação pelo seu lado subversivo e violento. O realizador de Made in Serbia, documentário sobre a indústria porno local, assina agora um filme sobre Marko um jovem cineasta que conhece um realizador porno com quem decide fazer pornografia artística. Em conflito com o realizador, Marko funda o seu próprio cabaret e parte para a Sérvia profunda com o intuito de apresentar os seus shows.

2 comentários:

  1. É bom que o público possa conhecer a obra-prima de Shindo, realizador que ainda está vivo e activo - com, penso, já próximo de 100 anos!

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  2. Queria tanto ver o Onibaba .________.

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