domingo, 1 de janeiro de 2017

Entrevista a James Benning

James Benning é um dos cineastas mais importantes do cinema experimental contemporâneo. A sua obra estende-se por mais de 50 títulos, sendo alguns dos seus mais marcantes – inclusivamente no âmbito de um certo “cinema estrutural” – 11 x 14 (1977), One Way Boogie Woogie (1977), Landscape Suicide (1987), a sua trilogia da Califórnia [El Valley Centro (1999), Los (2001) e Sogobi (2002)], 13 Lakes (2004), Ten Skies (2004) e Stemple Pass (2012). Através destes filmes, Benning constrói uma visão crítica sobre os efeitos da cultura (em particular, da tecnologia) na paisagem. Cada plano é meticulosamente preparado – com um rigor que não trai a sua formação superior em matemática – e aqui o principal efeito especial é a duração, a respiração do tempo e do espaço. Mas engana-se quem o pensa como um puro esteta. A sua obra está atravessada por um discurso ácido, até um humor fino, que transforma a contemplação num exercício crítico que muito directamente implica o espectador. James Benning esteve em Portugal para dar uma masterclass no âmbito do colóquio international Space and Cinema, que teve lugar na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Aproveitámos a ocasião para entrevistar este que é um dos mais brilhantes realizadores norte-americanos no activo. Falou-se de tudo: vida, trabalho, matemática, humor, atenção, tecnologia, Chantal Akerman, Peter Hutton e até Donald Trump.

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