sexta-feira, 10 de janeiro de 2020
“Zombi Child”: cinema morto-vivo
Numa boa entrevista dada ao crítico do Jornal Público, Jorge Mourinha, o realizador Bertrand Bonello diz uma coisa bem interessante acerca do seu filme anterior Nocturama (2016): “a minha ideia era usar um filme de género para fazer passar uma reflexão política sem impôr um discurso ideológico”. Recorde-se que este acompanhava um grupo de jovens burguesinhos franceses que resolviam cometer um conjunto de atentados terroristas em Paris, para se manifestarem contra as maleitas do sistema capitalista. Mas voltemos à sua frase e, descartando a dimensão ideológica, atente-se na utilização das expressões “usar um filme” e “fazer passar”. O filme ressentia-se precisamente disso: chegava-nos à tela como um objecto “usado”, como “instrumento de passagem” de uma dada ideia sarcástica, de comentário político acutilante.
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