domingo, 2 de setembro de 2018

Escrever sobre cinema

Sempre invejei um pouco aquelas pessoas que desde muito cedo souberam do que gostam e do que não gostam. Porque para mim sempre foi tudo muito nebuloso, affaire para luta interna, momentos de dúvida e procuras incessantes. Ainda hoje, sei mais que "não sei se...", do que sei que "qualquer coisa". Anyway, sendo eu assim deste barro feito, quando encontro algo de que gosto mesmo de fazer é uma epifania.

E o que eu gosto mesmo... mesmo... de fazer é escrever sobre cinema. Ou melhor escrever com o cinema. Perguntar aos filmes o que sabem eles de mim e o que desconfio eu deles. E não me considero um cinéfilo certinho, ou talvez a palavra seja certeiro. Não sou um cinéfilo certeiro, dos que procuram na história das pessoas que fizeram os filmes indícios para compreender os filmes. Na verdade, é isso que se deve fazer. Mas eu sempre preferi insistir no erro, na procura de um mundo qualquer impossível, que muitas vezes nem razão de ser tem, nem factos a suportá-lo. Um autismo cinéfilo, que me descobre, me dá prazer. São os filmes que me picam a ponta dos dedos, que me escorraçam a modorra do cérebro, que me põem a pensar. E é por isso que o que eu gosto mesmo... mesmo... de fazer é escrever sobre cinema. Ou com o cinema, que é como dizer, comigo.

2 comentários:

  1. sucedeu comigo o mesmo, aos 16 anos sabia exactamente o que queria: realização de cinema. Não deu, não interessa falar mais sobre isto, mas não deixa de ser importante constatar que (per)sigo que o conseguiste.

    continua, Carlos, és muito bom no que fazes e vê-se, viva!!!, a tua paixão.

    continua :)

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  2. Na verdade isto dos sonhos tem muitas nuances. Mas o que te dá prazer, acabas sempre por ir tendo algum tempinho para fazer. beijinhos e obrigado pela mensagem :)

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