sexta-feira, 19 de maio de 2017



Entre a caricatura e o milagre, entre Magritte e Tati, entre a carne que se desmembra e come e a que carne que incha de espírito, a imaginação de Dumont não tem limites. "Ma Loute" é um filme tão absurdo, como é lírico, tão performativo como é profundo. Creio que será difícil esquecê-lo pois para ver nele apenas uma sátira social seria preciso esquecer o terror. E viceversa: nele apenas fixar o perverso, seria esquecer todo um mundo, o riso e o gesto.

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