quinta-feira, 14 de maio de 2015

Force Majeure - Force Mineur

No espaços de curtos dias, outra premissa "e se" aplicado a uma família/casal depois de iraniano Melbourne. E se o teu marido fosse um cobarde? Não escavaco mais a premissa que é mais fina do que isto em Force Majeure. Outra vez o espaço apertado, desta vez a estância de ski "aperta-se" em virtude do sucedido e vemos sobretudo os quartos de hotel, halls e salas de jantar comuns, deixado as montanhas cobertas de neve para um espelho que tenta, em vão, arejar o que vai no interior. Outra vez a grande revelação inicial, da qual Ruben Östlund quer a todo o custo extrair as consequências. Outra vez a sensação de desilusão. Sendo este um argumento bem mais conciso (notam-se menos os buracos, pois o rendilhado não é thrillesco), e sendo a premissa desafiante, o filme trata-a sempre como uma tese mais ou menos abstracta, na qual é difícil "enfiar" as situações dramáticas para lá caberem. Dessa "penetração forçada" da teoria pelos factos da vida, fica a ideia que Force Majeure não controla bem a velocidade, a intensidade, da sua avalanche. Nesse descontrolo, em que os diálogos procuram sempre ilustrar o problema, falta a "força (o tom) menor" de um certo esquecimento do propósito, um alivio que o Verão de Vivaldi, por si só (e já faz muito) não consegue trazer. Fosse este snapshot em Cannes mais inspirador para Östlund e talvez comprássemos melhor a premissa de um filme, nordicamente, trop rigide.

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