terça-feira, 13 de setembro de 2016


Para quem viu "The Shallows" de Jaume Collet-Serra: lembram-se daquele momento em que Blake Lively coloca o seu parceiro na luta pela sobrevivência - a gaivota baptizada de Steven Seagal - num bocado de prancha de surf e o deixa a boiar na água, antes de nadar em direcção à bóia de sinalização? Pois bem, nesse momento pensei cá para mim que se tivesse de sacrificar uma das duas "personagens", não hesitaria na escolha. É que a uma eu já sabia o que lhe ia suceder. Por esta ordem: salvar-se, acabar o curso de medicina, pôr mais uma tatuagem ou um anel nos dedos e chatear até à morte um homem qualquer. Já o Steven: que dizer? Voltará a voar? Cuidará de vez daquela asa estragada? Conhecerá os ares de outro país? Será devorado pelo obsessivo tubarão? Tirando esta bricolage de espectador entediado, o argumento de "Shallows" é isso: raso e superficial. Mas depois, a imagem também ela é agradavelmente superficial. Superfície onde o cinema joga a batalha da sua sobrevivência, inserindo mensagens de telemóvel, fotografias, cronómetros, etc. Mesmo assim, o genérico final com os planos da água é o que de melhor se vê, num filme de um cineasta que nem desgosto.

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