quinta-feira, 11 de junho de 2015

Esta manhã ao invés de um bom batido de cianeto decidi arruinar as vinte e quatro horas seguintes lendo mais uma aspas-crónica-fecha-aspas de João Miguel Tavares. Nesta missiva intitulada "A Coragem de José Sócrates", o autor efectua uma nada menos do que iluminada comparação entre a "virtude" do ex-primeiro ministro, ao recusar o fim da prisão preventiva e passar à reclusão em casa com pulseira electrónica, e a "virtude" dos nazis que se suicidaram com cianeto ou os kamizazes dos oficiais japoneses para evitarem a rendição. Não só pouco ficamos a saber sobre a sua opinião pela qual Sócrates terá tomado tal decisão, como ficamos a saber que o que realmente interessa ao aspas-cronista-fecha-aspas é alfinetar outros opinion makers que, ao contrário de si, não odeiam visceralmente o dito senhor. Neste jogo da opinião sem opinião não há como não nos sentirmos vazios por acordar para ler mais um capítulozinho da miserável novela dos haters de José Sócrates contra os seus lovers. Argumentos passionais, que, nos antípodas uns dos outros, são igualmente imobilizantes.

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