"Da mesma forma, a vozearia e a redução da linguagem a palavras de ordem não começam nas redes sociais mas são anteriores a esta. No tempo de Kraus, foram uma decorrência da arregimentação da imprensa para a causa nacionalista, transformando a palavra em ordens onde o efeito é mais importante do que aquilo que é dito. Um exemplo particularmente elucidativo, e contemporâneo, desta vozearia é esta mot d’ordre absolutamente desprovida de sentido: “politicamente correto”. Quem queira estabelecer uma teoria a partir dela encontrará sérias dificuldades, mesmo que a encha com o fantasma do “marxismo cultural”, porque, na realidade, ela esgota-se no efeito de denúncia; é um moralismo linguístico, mais ou menos inepto consoante o uso, cujo intuito é proibir todo e qualquer questionamento."
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