Pós-moderno, pós-humano, pós-evidente. Pós como "depois de". Correndo a
toda a velocidade para dizer que isto sou eu mas depois do que veio, que
eu não sou igual ao que passou. Elogio da diferença. O apelo do
imediato que vê na continuidade um despeito da autoridade, da
legitimidade em que não sou tido e achado. Mais diferença de que
repetição. Diferença como pós, conjunto de poeiras. O que vem depois do
pó? Depois do pó, virá o eu virado do avesso. Um pós-pó. Mas cada
partícula de pó acrescentada ao pó, já só pode ser um a seguir do pó
anterior. Cada segundo que passa eu definho como uma versão incompleta,
atrasada de mim próprio. Pós-eu sou eu mais uma partícula de pó. Mas
essas partículas parecem jogos monadológicos parvos de um todo sem pós, sem
depois de, sem adiamentos ou aditamentos. Pós-eu sou eu sem saber o que
vem depois, isto é, descartando todo o pó e os pós como rastos de um medo e de uma ignorância arrogantes sobre o futuro.
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