quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

O Nátáu é bacálhaú


Raios, é Natal. Na horizonte da minha lembrança já há couves e bacalhau — eu sou assim pequenino, sem interesses de monta além do comer. Mas também me ocupo de outras ninharias. Não hás-de mais fazer aquilo em 2016, trabalha mais, vê menos filmes, dá um jeito à tua vida, rapaz. Prometo que o ano que vem será diferente. Está prometido. Mas enquanto não chega o novo ano não páro de pensar em blockbusters. Creio que estou doente e preciso de ajuda. Penso nos blockbusters que vi em 2015 e que até tinham suminho, não era só casca e aqueles grumos. Mission: Impossible - Rogue Nation, Furious 7, Inside Out, Jurassic World, Ant-Man. Caraças, mas não era suposto um gajo ficar velho e amargo e odiar até o filme que o nosso filho faz para nós com o telemóvel para o nosso aniversário? Mas não. Aqueles dinossauros voadores estilo citação estúpida dos The Birds em modo parque de diversões e o dinossauro freak a abocanhar a bola em que seguiam os dois irmãos de Jurassic World são imagens que estão pregadas ao contraplacado do meu cérebro. Preciso de auxílio, já vos disse. Será caso para pensar que estou a caminho de meter os papéis para o rendimento máximo garantido (meaning, tornar-me militante daquele partido começado em P, terminado em D e com um S no meio)? E aquela formigona gigante, como se fosse um cãozinho de estimação, que fica debaixo da mesa depois da épica porrada entre o homem formiga e o outro careca? É certo que já vimos milhões de vezes aquela história do homem que quer vender a sua invenção pelo maior preço e que se está a cagar para a humanidade. Mas mesmo assim... Estarei a tornar-me num conservador badocha? Credo, os suores... Mas é que o homem formiga diz algumas graças e faz-me mesmo recuar ao Querida, eu Encolhi os Miúdos em que eles também eram piqueninos e andavam no meio dos insectos gigantes no jardim. Ou mesmo o Innerspace do Dante. O jogos das dimensões é um must pois o filme está sempre a fazer pouco de si próprio (a apequenar-se), ante o grande universo Marvel dos heróis-deuses na terra, a lutar a batalha do bem contra o mal. Por falar em mal, mal posso esperar pela consoada. Se calhar é mesmo uma fase e em breve sentirei ímpetos de investigar extensamente a vida de Álvaro Cunhal antes que tudo volte à normalidade. Se assim for acertem-me com um tiro de caçadeira antes de chegar 2016. Mas por favor, só depois do bacalhau. Feliz Natal para todos! 

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