O novo filme de Apichatpong passa-se nesta ligeira nuance da afirmação que os vivos podem estar mortos (ou adormecidos, neste caso) e que os mortos coabitam com o presente, que percorrem a terra como todos nós. E é o esplendor: uma cidade natal onde houve em tempos uma escola na qual o realizador estudou; uma escola que hoje é um hospital onde soldados dormem, sem energias; um hospital que se ergue sobre um cemitério e um cemitério que é também o palácio de um rei. Terra-décor omnipotente, no qual a vida e a morte são o mesmo circuito singular, no qual a ventoinha do ar e a moinho da água giram sem distinção. Ao espectador é-lhe revelado o segredo dos super-heróis: ver e ouvir, mais e melhor.
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