De vierde man de Paul Verhoeven é sobretudo uma alegoria hitchcockiana sobre o poder castrador do feminino face à psyche homossexual (poucos anos antes, a tesoura que aqui corta a pila no sonho do escritor ainda era o zipper que entalava o membro de Rutger Hauer em Turks Fruit).
Uma alegoria que mostra o homem na teia da aranha da mulher, assim como o espectador se afirma como a mosca da predação no cinema de Verhoeven.
Uma alegoria que mostra o homem na teia da aranha da mulher, assim como o espectador se afirma como a mosca da predação no cinema de Verhoeven.
Depois há contudo que contar com a angústia metafísica das visões: Jeroen Krabbé como Victor Sjöström em Smultronstället (Morangos Silvestres) e a teia do cristianismo, que ora salva ora enlouquece, como com Harriet Andersson em Såsom i en spegel (Em Busca da Verdade).
A seguir a Hitchcock (aquela tesoura… aquele gaivota morta… aquele soutien… sobretudo aquela chave-pistola) e depois de Bergman, só resta dizer que no fundo De vierde man é a antecipação de Basic Instinct em quase dez anos.
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