Cresci no boom dos videoclubes e duas coisas me davam prazer. 1) "Varrer" prateleiras à medida que ia vendo coisas que nem sabia o que eram e descobrir assim que o cinema era uma prateleira (não "essa prateleira") infinita, descoberta perpétua; 2) As conversas intermináveis com as pessoas que lá trabalhavam que sabiam muito de cinema, que tinham visto tudo, que já conseguiam prever o meu gosto, que me diziam: "isto é para si". O Francisco Rocha é um dos maiores passeurs de cinema em Portugal, ele tem por missão dizer-nos "isto é para si", construir, qual hábil carpinteiro, a prateleira digital das nossas descobertas do cinema. Quem, por cá, pelo país do digital, pode dizer que ama o cinema e que nada deve desse amor ao Chico? Poucas, estou seguro. O seu videoclube é um trabalho de amor que já conta uma dezena de anos. Saibamos homenagear os nossos guias, aqueles que nos tornam a descoberta empolgante. Parabéns, Chico.
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