terça-feira, 29 de março de 2016

Um nota a todos os cineastas-cangalheiros

No espaço de um par de dias tenho ouvido falar de filmes que homenageiam velhinhos. Vamos lá ver. É sempre bom quando prestamos a nossa homenagem em vida, ao nosso mestre. Aquela conversa, de que vale o reconhecimento depois de morto e não sei quê... Eu papo isso. Agora... é fina a fronteira entre a homenagem e uma pressa quotidiana que mete no mesmo rolo compressor a vida das pessoas e a necessidade imediata de fazer obituários em vida. Isso já é indecoroso, sobretudo quando a pessoa que homenageia, ainda para mais, pode daí vir a retirar dividendos. Se eu gosto do meu avô ou do realizador tal, que já está avançado de idade, convém ter isso em mente, que um filme com essas características pode servir como escrito post mortem ainda em vida. E isso é não só deselegante como potencialmente canibalzinho. E muitas das vezes as intenções dos realizadores nem são más, são de genuíno apreço. Mas quando deram por ela fizeram esse tal obituário e já só são cineastas-cangalheiros. E daí não vem subtil perfume...

Em caso de dúvida mais vale seguir o exemplo da sábia literatura em que a homenagem segue o caminho do "este livro é dedicado a ..." 

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