segunda-feira, 21 de março de 2016

Dia Mundial da Poesia (ou os efeitos de uma adolescência tardia)

Se morrer
Preparas o azeite e o lume.
Luto de claridade,
Os tios distantes e as estrelas, como candeeiros.
Cerca-os pela voz do desamparo e das pessoas.
Não se brinca com o beijo final que é frio.

O nu e o morto meditarão sobre a doença,
Que na Primavera também se morre.
É possível reaver-te, corpo, cortinado, sombra?
Marca uma reunião de bolos desamparados,
E não deixes que as crianças lancem o pião.

Naquele quarto de passagem que nunca faltem:
Bengalas Bichos Palavras Circo,
Já nesta casa nunca ninguém desapareceu e não há pó.
Os macacos são aos milhares e vivem,
Descontroladamente.

(Agosto, 2011)


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