quarta-feira, 10 de julho de 2019

O tambor e o tempo






E se eu vos disser que a lista acima provinha de um tempo de repouso, aquilo que, cada vez mais por conveniência, chamamos férias? Férias que não se confundem com turismo, mas sim com a cansativa procura de um espaço/tempo para estar descansado. Isto é, tentar exportar o nosso corpo e mente para um outro tempo que destrua os automatismos desta montagem sem fim, de perpetuação de um presente que adiciona sem parar. Procurar recuperar a experiência da passagem do tempo marcada por aquilo que nos acontece, para usar a expressão de André Barata, em vez do inverso, no qual o tempo medido dita duramente como viver e o ritmo do consumo das experiências. O que me faz lembrar a resposta de um senhor em Marrocos, há uns anos, quando lhe perguntei se sabia a que horas é que uma dada loja, fechada, iria abrir na manhã seguinte: “abre quando o dono chegar”.







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