Agora que estou no fim dos meus dias, metido no meu buraco, escarneço de mim próprio e consolo-me com essa certeza, tão biliosa como inútil, de que um homem inteligente não pode tornar-se nada, só os parvos se tornam alguma coisa. Um homem inteligente do século XIX deve, acha-se na obrigação moral, de ser uma criatura essencialmente sem carácter; um homem possuidor de carácter, um homem de acção, é uma criatura essencialmente limitada. Essa crença tem quarenta anos. Eu tenho agora quarenta - e quarenta anos é toda uma vida (...)
in "Cadernos do Subterrâneo", Fiódor Dostoiévski
Se não é o melhor livro de sempre, anda lá perto.
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