quinta-feira, 18 de junho de 2015

Neymar


Assisti ontem antes de adormecer aos primeiros 45 minutos do Brasil-Colômbia, 23 dos quais já num ângulo de 15 graus em relação à minha almofada de penas. Foi no entanto suficiente para observar a selecção, que havia perdido com a Alemanha por 1-7 num jogo de treino no ano passado, a trocar a bola de forma a endossá-la sempre que possível a Neymar. Lembrava-me das palavras do grande Fernando Santos que dizia recentemente que qualquer equipa com Ronaldo se tornava de forma natural numa equipa ronaldodependente. Quem sou eu para desmentir o senhor, até porque há formas piores de dependência. Seja como for, a canarinha não encontrou ainda antídoto para a sua neymaródependência baseada num sistema táctico 10-1, em que dez corresponde ao número de Paulos Madeiras em campo e o um corresponde ao avançado do Barcelona. Em função disto ontem o jogo estava a correr mal ao Brasil uma vez que a sua neymaródependência depende de Neymar (jogador que se pudesse faria uma tatuagem capilar de Neymar) e Neymar por sua vez depende da sua coluna vertebral para se manter bípede, pelo que, pelo sim pelo não, o melhor foi manter-se afastado das imediações de Juan Camilo Zúñiga. Quando estava prestes a desligar, a Colômbia marcou um golo por um senhor chamado Jeison Murillo. Fez-me ver o resto da primeira parte, tendo sido mais ou menos óbvio para mim que Neymar iria ser expulso a dado momento no jogo. Eu acho que até sonhei com isso, num sonho que se passava num ferro velho ali para os lados do Prior Velho, eu que ia lá buscar umas luzes para um dos mínimos do meu Citroën que estava a dar o berro. E hoje acordei, meio dorido, sem saber muito bem porquê, e não é que leio que o Neymar foi mesmo para a rua no último minuto de jogo?  Então logo tudo se tornou claro para mim: o Brasil vai ganhar a Copa América.

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