No espaços de curtos dias, outra premissa "e se" aplicado a uma família/casal depois de iraniano Melbourne. E se o teu marido fosse um cobarde? Não escavaco mais a premissa que é mais fina do que isto em Force Majeure.
Outra vez o espaço apertado, desta vez a estância de ski "aperta-se" em
virtude do sucedido e vemos sobretudo os quartos de hotel, halls e
salas de jantar comuns, deixado as montanhas cobertas de neve para um
espelho que tenta, em vão, arejar o que vai no interior. Outra vez a grande revelação inicial, da qual Ruben Östlund
quer a todo o custo extrair as consequências. Outra vez a sensação de
desilusão. Sendo este um argumento bem mais conciso (notam-se menos os
buracos, pois o rendilhado não é thrillesco), e sendo a premissa
desafiante, o filme trata-a sempre como uma tese mais ou menos
abstracta, na qual é difícil "enfiar" as situações dramáticas para lá
caberem. Dessa "penetração forçada" da teoria pelos factos da vida, fica
a ideia que Force Majeure não controla bem a
velocidade, a intensidade, da sua avalanche. Nesse descontrolo, em que os
diálogos procuram sempre ilustrar o problema, falta a "força (o tom) menor" de um
certo esquecimento do propósito, um alivio que o Verão de Vivaldi, por si só (e já
faz muito) não consegue trazer. Fosse este snapshot em Cannes mais
inspirador para Östlund e talvez comprássemos melhor a premissa de um filme,
nordicamente, trop rigide.
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