sábado, 29 de junho de 2019

Raccords do Algoritmo #2: Do Irão com amor


"A poetisa entra neste espaço e filmará as aulas dos meninos deformados, as orações daqueles que, já sem mãos, as levantam a Deus; os momentos de brincadeira de meninos de pele envelhecida; ou as mulheres que disfarçam os traços da doença e se pintam para a festa. Mas filmará também o cuidar, pois é essa uma das maravilhas deste filme. A lepra, não como uma “casa negra” na qual ninguém se atreve a entrar e da qual todos se afastam, mas sim como uma doença cujo tratamento e atenção permitem a cura ou minimização do sofrimento. Conta-se que Forugh, antes de morrer precocemente num desastre de automóvel aos 32 anos, terá adoptado uma das crianças que podemos ver no filme, levando esse cuidar das imagens à vida real. Mas talvez o derradeiro acto de redenção de Khaneh siah ast seja que a fealdade destas pessoas, longe de ser espectacularizada pela autora, é colocada numa obra de uma qualidade cinematográfica ímpar. (...) E é nesta alternância entre o facto e a poesia, entre o documental e a encenação, juntamente com uma montagem muito atenta ao movimento sugestivo dos detalhes e dos ruídos, que vamos entrando nesta casa. Casa e sequências de sala de aula essas, que Kiarostami voltaria a filmar mas de uma forma solar. Como se tivesse olhado a escuridão ao espelho e tivesse virado do avesso a tristeza, a oração e o lamento. Encarar de frente esta obra-prima de Forugh Farrokhzad é receber uma lição de humildade ainda hoje com o mesmo poder: o de olhar para cuidar.

terça-feira, 25 de junho de 2019

Raccords do Algoritmo #15: Os ídolos são de barro, os heróis de ferro

Os heróis da nossa juventude nunca são de barro. Há neles uma força indestrutível, um ferro que vem do seu ser. Devo ter visto Rocky (1976) e First Blood (A Fúria do Herói, 1982) já na minha adolescência, aí pelos 14/15 anos. Agora que faço um exercício de memória afectiva penso naquilo que me falou à altura. Quanto ao “the italian stallion”, creio que era sobretudo a sua vontade de vencer, a sua persistência, a força que ganhava à medida em que embuchava cada vez mais golpes. Havia ali uma poesia sem auto-comiseração. Uma desfile de pancadas que fazia renascer. Já o Rambo era diferente. Um abismo de silêncio, uma força animal, longe ainda eu de poder compreender a dimensão política e patológica da personagem de Stallone. Mas o quê a relacionar os dois? Algo em comum? A minha resposta é esta: Rambo e Rocky são personagens do silêncio, de uma eloquência do corpo.



Talvez por isso – mas também devido a um certo receio do que iria encontrar – nunca tentei, durante estes anos todos, ouvir Sylvester Stallone, o actor, o homem de carne e osso (e metal). Fiz mal. Este ano deu uma masterclass em Cannes. Quase uma hora e meia. Botas de cabedal, camisa à lenhador, veias como tubos, olheiras, cicatrizes, mas sobretudo… histórias. Não as histórias que se contam como anedotas para excitar a libido cinéfila (como aquela vez em que Dolph Lundgren o pôs mesmo KO na rodagem de Rocky IV (1985) e foi levado de avião, de emergência para o hospital, onde passou quatro dias nos cuidados intensivos com os médicos a pensar que tinha sofrido um acidente de automóvel). Falo de histórias de uma vida de luta real em que o seu corpo foi sendo o instrumento do seu discurso, falo das palavras com que sabiamente articula o aproveitamento político que fizeram das suas personagens.

Comove-me às lágrimas perceber hoje que, tantos anos depois, Sly é de facto Rocky e Rambo. Há nele a mesma humildade, a mesma resiliência, a mesma atenção aos detalhes da vida do ser humano. Stallone é um homem comum, meio desfeito na sua carne, mas de um integralidade intacta. Um homem que percebe que a melhor maneira de comunicar através do cinema é escutar e estar ao nível daqueles que têm medo, que sofrem, que são derrubados pela realidade uma e outra vez e e que uma e outra vez se levantam. E esse prolongamento entre a vida real e a vida ficcional é bem visível na forma como o actor/realizador vai recuperando as suas personagens à medida que vão envelhecendo, ganhando experiência, e na forma como as recusa deixar morrer. Atrevo-me a dizer que os corpos de Rocky e Rambo só tombarão quando o de Stalonne não puder mais. Que outra coisa faz o cinema senão mostrar como um corpo pode ir falando ao longo dos tempos? Desde o seu delinear inicial e juventude até não conseguir articular mais nada.


Façamos um desses desvios absurdos e produtivos. Numa recente conferência na FCSH de Lisboa, Boaventura de Sousa Santos, especialista em ciências sociais humanas e um dos grandes pensadores portugueses da emancipação social, falava da importância de refundar, descolonizar, o pensamento, as epistemologias, a universidade, enfim, o conhecimento. Descolonizar, é bem evidente, por relação a uma perspectiva histórico-imobilizante de cariz eurocêntrico, de um espaço colonizador em torno de núcleos como o capital, o patriarcado, ou o domínio racial. E dizia ele que, independentemente da vontade de transformação, o conhecimento “muda” sobretudo fora da teoria, na luta, no encontro com o outro, no corpo a corpo, na tentativa de diálogo e de encontrar termos discursivos consensuais.

Jackie Chan e Stallone seriam os dois bons exemplos do que configuraria esse conhecimento in motion. Não por uma noção literal de luta. (Talvez simbólica, tal não me pareceria descabido). Mas onde quero chegar pode ser melhor ilustrado no dilema da personagem de Chan num dos seus filmes pré-Hollywood mais conhecidos. Falo da comédia de kung fu, Zui quan (O Grande Mestre dos Lutadores, 1978), do realizador de Hong Kong, Yuen Woo-ping. A personagem de Jackie Chan é a de um jovem inconsequente e fanfarrão: mete-se com as meninas para receber um beijinho, parte os braços e as pernas a um desordeiro, filho de um manda chuva da aldeia. Isto até que o pai resolve mandar chamar um tio dele para o pôr na linha. Trata-se de So Chan ou Beggar So (o Drunken Master do título inglês), figura da folclore popular da época imperial chinesa. A sua característica é dominar um estilo secreto de artes marciais, praticado sob a influência do álcool.

Todos estes ingredientes convocam a comédia física, a câmara de Woo-ping, com os seus nervosos zooms e tilts, salienta as estaladas e acrobacias, os efeitos sonoros exagerados das pancadas; e há ainda os dentes postiços das personagens xoninhas, os sinais cabeludos, um cabeça de martelo, as ininterruptas cenas de luta e desafio. Em todo este cenário de “brincadeira” o que está em causa é um rito de crescimento da personagem de Jackie Chan. A eloquência das suas palavras é nula, ninguém o leva a sério, toda a gente o trata como uma criança. E é só quando, numa das ocasiões de humilhação lhe queimam as calças, que Chan passa a deixar de ser obrigado a tornar-se adulto para o querer fazer de livre vontade. Este tornar-se adulto pressupõe uma conversão das palavras em linguagem corporal. Não é por acaso que as cenas em que este está a ser treinado por Beggar So, as máquinas de treino mais parecem máquinas medievais de tortura. Na luta com o corpo, treina-se a precisão, o controlo, a perfeição. Como diz aquela personagem de um dos romances de James Baldwin ao aperceber-se que tem um corpo, “viverás com isso para sempre, e isso vai soletrar a linguagem da tua vida.”

Basta ver aquele segmento muito simples em que o jovem herói interpreta – dança – cada uma das posições de kung fu dos oito imortais bêbados para mudar a percepção que temos de um actor como Jackie Chan. A partir daqui toda a comédia (mesmo a mais desbragada que virá depois nos Estados-Unidos) se torna coisa séria. Uma performance de linguagem corporal, de conhecimento feito na tal “luta”, de um corpo eloquente ao nível dos melhores poetas e mestres da literatura. E essa “descolonização da palavra pelo corpo”, questão tão premente no cinema – e que vai do slapstick ao corpo a corpo com o teatro, a música, a literatura das obras de Jean-Marie Straub e Danièle Huillet, por exemplo – tem em Zui quan essa demonstração evidente. É quando os grandes lutadores devêm figuras grotescas, cambaleantes e bêbadas, o tal drunk kung fu, que se tornam mais letais. Mais letais e eficazes porque mais difíceis de catalogar e prever.

Pegar nos heróis de Stallone ou nos de Chan e procurar um significado oculto além desta mensagem do ferro e do músculo é sempre possível. Quiça, talvez um aprés coup frágil, recolonizado. Para voltar à dupla dos criadores de Moses und Aron (Moisés e Aarão, 1975), Straub dizia que não devíamos fazer filmes com uma dada significação em mente, sob pena de se fazerem apenas porcarias, sob pena do seu “significado” “confortar as pessoas nos seus clichés”. É, no fundo, o mesmo problema de Moises, nesse referido filme de 75 que adapta a opera incompleta de Arnold Schönberg, mas aqui trazido para a criação artística. Moises pede a ajuda de Abraccccão pois falta-lhe o poder da palavra, da oratória, para significar uma “salvação”, para conduzir o povo de Israel para lá do jugo egípcio. Os milagres serão o truque da visibilidade e do “corpo” mas que dão lugar às falsas imagens e adorações, mal a ausência do visível se instala.



O trabalho de Straub e Huillet, mais do que veicular uma certa “visibilidade” da música da partitura de Schönberg, foi a de fazer circular as suas palavras num novo corpo. Um corpo cinemático, feito de décors desérticos (no fundo, novas arenas de luta), de cortes entre notas, de movimentos de câmara que não impedissem o fluir da imaginação. Um corpo ainda feito de corpos declamantes, em coro, dançantes. Um corpo cinemático em que, como escreveu o programador António Rodrigues, a propósito do cinema da dupla franco-alemã: “cada plano é pleno”.

No fundo, a história da nossa imaginação é a história da precisão e do controlo dos corpos. O cinema mostrou-nos isso e é esse domínio absoluto o que une Stallone, Chan, os Straub e tantos outros. Só que, no caso do primeiro, não era um corpo trabalhado à exaustão, muito menos um corpo evocador. Era apenas um corpo que tentava dominar uma raiva descontrolada, um corpo que falhava e falhava e voltava a dobrar e parecia que desmoronava, mas depois renascia e reconstruía. E é por isso que os heróis, sobretudo os da nossa juventude, só podem ser de ferro.

domingo, 16 de junho de 2019

Tive um sonho que era mais ou menos assim: o facebook era uma espécie de igreja toda pintada em azul e não havia um só padre, éramos muitos. O mural era o altar de cada um, os fiéis chamados a celebrar a sua missa diária, e postávamos como se fôssemos chamados ao púlpito para ler as sagradas escrituras. Mas não podíamos bem dizer aquilo que sentíamos, nem aquilo que pensávamos, pois a ira de Cristo era agora a turba de fiéis descontrolados, controlando a fé de cada qual.

Da arte do cineasta-pedreiro

"Penso que devemos fazer filmes sem nenhuma significação, pois de contrário só se fazem porcarias: um filme (...) que significa alguma coisa (...) só pode ser uma porcaria, porque conforta as pessoas nos seus clichés. É preciso que um filme destrua a cada minuto, a cada segundo, aquilo que dizia no minuto precedente, porque estamos a sufocar sob os clichés e é preciso ajudar as pessoas a destruí-los."

Jean-Marie Straub

sábado, 15 de junho de 2019

De entre as belas e sábias reflexões de Siddharta há uma que gosto particularmente. Esta ideia de que é o "povo das crianças" aquele que, pela sua capacidade de amar, consegue atingir o pleno envolvimento com o mundo, a comunhão com a unidade das coisas. Não estamos longe de Pessoa e da vontade de não pensar e apenas sentir. Trata-se, segundo entendi, de abolir a distância da reflexão e da condição de espectador. Trata-se de uma inconsciente e inflamada acção sem pré-visão. Siddharta irá conseguir ser uma dessas crianças-adulto, através do amor pelo próprio filho, de um amor que é bússola doida, que orienta o fazer para além do certo e do errado. Mas quer a reflexão, quer esse envolvimento amoroso com as coisas, acabam pode ser caminhos distintos que separam modos de viver. E Siddharta termina sendo um livro da união, da ponte entre todas as possibilidades, de uma liquidez entre todas as formas e formatos de existência.

sábado, 8 de junho de 2019

Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile

Quem gosta de cinema sabe que muito, mas mesmo muito frequentemente, o vilão, o criminoso, é o grande sedutor. Como queijo e marmelada, o mal e a atracção sexual produzem o agridoce, a excitação, de uma suposta existência amena e desenxabida. Os casos dos serial killers com clubes de fãs e amantes (reais e platónicos) são apenas uma das declinações que vai variando de tom e que tanto abarca um Conde Drácula com um Cary Grant em Suspicion (Suspeita, 1941). Talvez por isso tenha sido tão evidente que o grande magnetismo sexual de uma vedeta de cinema como é hoje Zac Efron, só marmelada, tivesse tanto a ganhar ao juntar-lhe um queijinho bad boy. Neste caso, queijo da serra, sabor intenso, maldade “séria”, pois estamos a falar do assassino Ted Bundy que se crê ter violado e morto 35 mulheres. Este choque frontal entre estas duas realidades domina todo o trabalho do realizador Joe Berlinger, que, nos últimos anos tem feito vários documentários para televisão ligados à curiosidade mística que envolve a vida de muitos destes assassinos em série.

Zac Efron, com os seus piscares de olhos, lacinhos, olhares penetrantes, consegue apesar de tudo dar-nos uma ideia do que seria essa aura sedutora e comunicativa de um jovem que estudava direito e que a dada altura se defendeu em tribunal, reclamando sempre inocência, no primeiro julgamento televisionado nos Estados Unidos. O filme tem um conjunto de boas ideias mas nenhuma delas explorada de forma muito consistente: 1) o título do filme é um excerto da declaração final do juiz, o que tem o condão de expurgar a violência gráfica toda (ou quase toda) da obra para essa mesma dimensão verbal; 2) Berlinger filma a conversa e re-encontro na prisão de Bundy com uma ex-companheira (de quem esta virá a ter um filho) com um conjunto de travellings circulares como se a câmara pudesse mostrar tecnicamente o acto de seduzir e enredar alguém numa teia; 3) o aspecto mediático de todo o processo acaba por ser resolvido num conjunto de momentos de tribunal pouco marcantes e alguns planos de Lily Collins, a mulher que Bundy amava realmente, vendo o julgamento pela televisão. Como esta duplicidade entre a vedeta de cinema e a vedeta mediática parece ocupar todo o espaço, Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile (Extremamente Perverso, Escandalosamente Cruel e Vil, 2019) não é documentário reconstituído sobre os seus crimes, mas também não é eficaz do ponto de vista pessoal e familiar, onde as cenas superficiais se sucedem. De resto, o motivo da celebridade tem uma vida própria aqui, com os seus momentos videoclip e com a vontade de ir distinguindo as presenças famosas no ecrã: John Malkovich, Haley Joel Osment, Jim Parsons, James Hetfield…
"Considerando que eu ganhava pouco, disse-me o outro dia um amigo, sócio de uma firma que é próspera por negócios com todo o Estado: «você é explorado, Soares». Recordou-me isso de que o sou; mas como na vida temos todos que ser explorados, pergunto se valerá menos a pena ser explorado pelo Vasques das fazendas do que pela vaidade, pela glória, pelo despeito, pela inveja ou pelo impossível."

 Fernando Pessoa (Livro do Desassossego)

sexta-feira, 7 de junho de 2019

"Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo."

Fernando Pessoa (Livro do Desassossego)

"A rosa branca da senhora negra"

Quando no cantar da manhã, com as suas mãos vorazes, "o terror nos cerca" (como escreve James Baldwin), não há grande coisa que possamos fazer. Stallone, que não tinha nada para oferecer (apenas a sua companhia), disse ao filho que ele iria lamentar toda a vida sempre que virasse costas a um desafio. Sempre que, conscientemente, deixasse murchar a rosa, a excitação do que havia para fazer.

Tudo o que nos cerca ecoa em círculo. Lembras-te daquela vez há cinco, sete, há dez anos em que foste pelo lado da sombra, sempre caminho longo, lento, um salgueiro a resguardar do sol, da imensidão do calor? Ias sempre a direito, tinhas visto tantos filmes, nenhum te valeu. Subitamente, uma nesga de sol, um atalho, umas semanas de levitação, um beijo ao final da tarde, o coração tão encharcado de felicidade. A rosa branca como uma luz na escuridão, a felicidade foi um ritual fugaz e demente. Esfaqueias o presente como se procurasses por esse tempo dos atalhos. Escavas, farejas, de vez em quando a rosa branca emitia uma fragrância lá donde viveu. Já morta, a não ser uma lembrança doce e atenta. Subitamente, qualquer coisa te impele a abrir os olhos no negro da complacência, no safe bet do caminho sombrio. E ela lá esta: a rosa a olhar para ti. Não morreu, parece que floriu, apesar da sua tristeza congénita que tanto amaste. Como um ridículo adolescente a cortar pedaços de madeira para incrustar o tempo, resvalas para um buraco sem termo. A rosa meteu-se debaixo de uma mesa, não quer sair. Tu procuras o dicionário do passado e traduzes tudo muito rapidamente. Nada já mais faz muito sentido, não há aromas retrospectivos, nem casas habitadas pela ausência. Mas, apesar de tudo, todo aquele momento, aquela busca, culminara com um certo sentido. O destino de não saber bem sobre os destinos: afinal, a rosa era negra e a senhora branca.

quarta-feira, 5 de junho de 2019

"Poderíamos imaginar filmes em que falasse uma verdadeira violência: que fariam com que naquela tela branca, ao fundo de um túnel negro, habitualmente propícia aos adormecimentos, às complacências, aos disfarces, às despesas dos pequenos trocos do desejo, o cinema voltasse a surpreender, ou seja, voltasse a ser necessário."

Jean-André Fieschi

terça-feira, 4 de junho de 2019

Um peido de rã

"O facto de Dreyer nunca ter podido realizar um filme a cor (arrastou esse desejo por mais de vinte anos), nem o seu filme sobre Cristo (uma revolta profunda contra o estado e as origens do anti-semitismo) vem lembrar-me que vivemos numa sociedade que não vale um peido de rã."

Jean-Marie Straub

domingo, 2 de junho de 2019

"Acho que deve ser raro duas pessoas conseguirem rir e fazer amor ao mesmo tempo, fazer amor porque riem, riem porque estão a fazer amor. O amor e o riso vêm do mesmo lugar: mas poucas pessoas lá chegam."

 James Baldwin (Se Esta Rua Falasse)