Há críticos que gostam de tudo. Há outros que não gostam de nada. Há críticos que com eles é tudo ou nada. Há críticos que gostam num dia e odeiam no outro. Há críticos que só gostam de histórias, e outros apenas de historietas. Há críticos experimentais. Há críticos que se banham em água de Bergman. Há críticos americanoides. Há críticos que franzem o olho à fantasia. Há críticos que só nela gostam de mergulhar (como rapazolas na fonte municipal durante o Verão). Há críticos que não metem Sharunas Bartas para a veia. Há críticos que espancariam Godard. Também os há que fariam de Nolan a sua my fair lady. Há críticos que só falam de filosofia. Há críticos que usam sempre as mesmas palavras. Há críticos que preferem criticar críticos. E outros há que não suportam ser criticados. Há críticos que têm medo de criticar. Há críticos que não gostam de ser apanhados em falso. Há críticos confiantes e críticos temerosos. Há críticos que gostam de agradar. Há outros que gostam de provocar. Há críticos que gostam de meias medidas. Há críticos controladores e há críticos liberais. Há críticos que já não aguentam mais ver filmes e críticos que veem tudo até gastar o olhar. Há críticos que só falam de planos e críticos que só veem política nos filmes. Há críticos do Deleuze e há críticos que são só ...dassse. Há críticos académicos e críticos Borda d'Água. Há críticos historiadores e críticos arrumadores. Há críticos do robot e da nave e críticos do café e do tom grave. Há críticos que são cineastas frustrados. Há críticos que são escritores frustrados. Há críticos que são críticos frustrados. Há críticos que pensam demais. Há críticos que pensam de menos. Há críticos deslumbrados pelo cinema e há críticos assombrados por ele. Há críticos que gostam de ser lidos. Há críticos que gostam de se ler. Há críticos que só veem filmes. Há críticos e "criticachos". Há críticos que fazem listas. Há críticos que não perdoam um filme. Há críticos que censuram os filmes. Há críticos que inventam os filmes. Há críticos fashion. Há críticos publicitários. Há críticos institucionais. Há críticos ditatoriais. Há críticos de facebook. Há críticos de café. Há críticos de sarau e esplanada. Há críticos que por pouco não têm a boca arrebentada. Há críticos de festival e há críticos de sombra. Há críticos especialistas da bola preta. Há críticos especialistas na saudade. Há críticos do d'antes é que era e há críticos do agora é que é. Há críticos que traçam uma linha entre o que deve ser a arte e o que não deve ser. Há críticos que traçam uma linha entre o que se deve filmar e o que não se deve. Há críticos que traçam uma linha entre o que deve ser o desejo e o que não deve. Há críticos que são polícias do gosto, há críticos que surfam o gosto, há críticos que expulsam de si próprios o gosto. Há críticos que gostam que se lhes diga "bom dia". Há críticos cujo filme favorito é manter o emprego. Há críticos que só vivem no cinema. Há críticos que não sabem viver fora do cinema, além tela. Há críticos que sonham e críticos que não sonham. Há críticos-monstro e críticos pedra da calçada. Há críticos realistas e há críticos fantasistas. Há críticos Bazin e há críticos Dolan. Há críticos que veem bem e escrevem mal. Há críticos que veem mal e escrevem bem. Há críticos que parecem rappers do além. Há críticos nocturnos e há os que o são pela manhã. Há críticos contraditórios, críticos pedreiros, críticos consultores de carreira, críticos agentes de casting, críticos professorais, críticos canalizadores, críticos executivos e críticos de Pingo Doce. Há críticos machos, há críticos fêmea, há críticos transgender. Há críticos assexuados. Há críticos tarados. Há críticos babosos. Há críticos western, de pilas ao alto. Há críticos românticos, de lágrima em punho. Há críticos politicamente correctos. Há críticos politicamente incorrectos. Há críticos incompreensíveis. Há críticos sem olho crítico. Ela há críticos...
Tao bom!!
ResponderEliminarObrigado !
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