terça-feira, 17 de novembro de 2020

Autobiografia Charles Darwin

 


Darwin escreve sobre a sua própria vida. Não é surpreendente que o livro seja pouco apelativo. O próprio refere que pouco haveria para contar sobre ela, a não ser o seu trabalho científico, os seus livros. E que isso o ajudou a escudar-se das suas doenças. Além disso há essa mente bastante organizada, metódica, que tendo a lucidez de perceber que a falta de música e de poesia no seu quotidiano, o empobreceu emocionalmente, lhe fez perder algo da felicidade. Darwin exprime-se de forma clara e seca, pouco poética, objectiva. Mas é ao mesmo tempo um ser excepcional, à frente do seu tempo, equivalendo o inculcar na mente das crianças da crença na existência de um Deus ao medo instintivo que os macacos têm de cobras; mas também falando de si com humildade, destacando apenas a sua capacidade de observação e curiosidade; escrevendo ainda que a obtenção do amor dos que nos rodeiam é a maior felicidade que se pode ter na terra. E dizia-se, diante do elogio ou da crítica: “o meu maior conforto foi dizer centenas de vezes para comigo que trabalhei o mais e melhor do que pude, e ninguém pode fazer mais do que isto.”.

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