quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A Rought Guide to the Future


  Não há ano que não se passe que não se ouça a expressão "nós não somos nada" para embalar esse passar. Morre alguém, assoma-se uma tragédia, e fazemos questão de lembrar, uns com intenção verdadeira, outros só pelo ritmo das palavras, a fragilidade da condição humana. 

Aos 95 anos, o cientista James Lovelock, em jeito de despedida faz do antropoceno uma batalha perdida, em que há que aproveitar o que resta enquanto durar. O impacto da condição tecnológica na atmosfera exigiria uma adaptação radical às novas condições de sobrevivência de Gaia. 

Tal como a morte do indivíduo que surge lentamente pela velhice ou de um momento para o outro, fruto de doença ou acidente, também o fim da humanidade como espécie espera o seu fim. E só há duas opções: a morte súbita, com sucedeu com os dinossauros, ou a morte evolutiva. Nesta, a terra pode muito bem reagir ao nosso impacto nela, tornando as condições de vida insustentáveis para nós, dispensando-nos.

Sair de cena tem assim toda a aparência de um bumpy ride.


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